Teorema de Pitágoras
julmar, 22.03.15
Criou-se na família a ideia de que tínhamos boa memória para as línguas mas que não tínhamos jeito para a matemática. Foi assim que as minhas dificuldades dobraram na matéria até ao momento em que tive, numas Férias Grandes - assim se chamavam as férias de Verão -, por mim próprio, sem apoio de ninguém, com o célebre Compêndio de Matemática de J. Jorge G. Calado e o caderno de Exercícios de Álgebra e Geometria, de Palma Fernandes, preparar-me para fazer o exame do 5º ano. Corria o ano de 1965. Foi das experiências mais gratificantes que tive: resolver problemas. Mais tarde essa minha experiência foi iluminada com o estudo de Descartes ao dar-nos como modelo de evidência inteletual o conhecimento matemático. Foi isso que Galileu nos ensinou na afirmação de que a natureza se encontra escrita em linguagem matemática. Presumo que não se pode chegar ao espírito científico sem esta convicção e sem o entusiasmo que ela gera. Imagino a alegria de Pitágoras, certamente igual à do Eureka de Arquimedes, na descoberta do teorema que tem o seu nome: A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Na falta do conhecimento do dito teorema, vi os meus artífices a usarem uma regra prática para conseguirem esquadrias usando medidas standard dos catetos 60 e 80 e da hipotenusa 100. Artifices que nunca na escola chegaram a esse estudo.