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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

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Leituras que dão que pensar

Avatar do autor julmar, 12.02.15

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Há muitos tipos de leituras. A maior parte das que fazemos são leituras de confirmação em que nos revemos nas nossas crenças, nas nossas opiniões. Durante muito tempo até foram as únicas que me eram permitidas. As outras eram proibidas e como proibidas lembro-me de ter lido, entre outras, La Nausée de Jean Paul Sartre e o Manifesto do Partido Comunista. O pensamento único, laico ou religioso, sempre obstaculizou  o exercício livre do pensamento e a sua expressão. A presente leitura foi para mim uma leitura confirmatória e, ao mesmo tempo, inquietante. Porque, muitas vezes, uso a estratégia de assobiar para o lado. -Ah, mas isso é falta de coragem! - Pois é.

«Pergunto a mim mesmo porque existe uma diferença verdadeira e séria entre mim e os meus amigos religiosos e os amigos verdadeiros e sérios são suficientemente honestos para admitir isso. Eu contentar-me-ia em ir ao bar mitzvahs dos seus filhos , em maravilhar-me com as suas catedrais góticas, em 'respeitar' a sua crença de que o Alcorão foi ditado, ainda que exclusivamente em árabe, a um mercador analfabeto, ou em interessar-me pelos consolos wicca, induístas e jaínistas. E parece-me que continuarei a agir desta forma sem insistir na delicada condição recíproca - que é a de que, como consequência, me deixem em paz. Porém, no fundo, a religião é incapaz de fazer isto. Enquanto escrevo estas palavras, e quando os leitores as estiverem a ler, pessoas de fé estarão de maneiras diferentes a planear a vossa e minha destruição, e a destruição de todos os êxitos humanos conseguidos à custa de duras penas a que aludi. A religião envenena tudo