Botar-se ao relaxe
julmar, 15.10.21
Eram relaxados aqueles que se abandonavam ao curso dos dias, ao vento das circunstâncias, aos que se deixam arrastar pela corrente, aos que baixam os braços. Deixam que as nódoas se acumulem, que a barba cresça, que a remela se seque, que o tempo passe indefinido. Deitam-se ao relaxe e tanto se lhes dá isto como aquilo, que chova ou faça sol. Entregam o seu destino ao pior dos deuses: O Deus Dará que é uma providência descuidada. Desacoroçoados da vida, sem réstia de esperança, botam-se ao relaxe. Seca-se-lhes o corpo, mirra-se-lhes a alma.