As manhãs são feitas dos sonhos das noites
julmar, 05.03.24
Hoje à procura de um outro livro, tropecei neste e vieram-me à memória coisas de há cinquenta anos. Sei onde comprei o livro, lembro-me como o devorei de um dia para o outro, com quem discuti as questões que o livro levantava, numa altura que tínhamos de nos certificar com quem falávamos e de quem nos podia ouvir. Pairava no ar que algo ia acontecer, e aconteceu mesmo: O 25 de Abril!
E numa folhinha escrevinhada à mão, entre apontamentos e reflexões, não sei se minha ou colhida de outrem, a frase:
"As manhãs são feitas dos sonhos da noite"
"Livro publicado pela Editora Arcádia no dia 22 de Fevereiro de 1974 pelo general António de Spínola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau advogava, após 13 anos de Guerra do Ultramar, uma solução política e não militar como sendo a única saída para o conflito.
As acções do governo marcelista, a demissão dos generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos que ocupavam no Estado-Maior General das Forças Armadas, e a organização de cerimónia de apoio ao regime, a Brigada do Reumático, dado ser maioritariamente constituída por idosos oficiais-generais dos três ramos das Forças Armadas, vieram ainda mais mostrar quanto o regime se sentia ameaçado pelas ideias contidas no livro".
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau advogava, após 13 anos de Guerra do Ultramar, uma solução política e não militar como sendo a única saída para o conflito.
As acções do governo marcelista, a demissão dos generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos que ocupavam no Estado-Maior General das Forças Armadas, e a organização de cerimónia de apoio ao regime, a Brigada do Reumático, dado ser maioritariamente constituída por idosos oficiais-generais dos três ramos das Forças Armadas, vieram ainda mais mostrar quanto o regime se sentia ameaçado pelas ideias contidas no livro".