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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

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A Utilidade do Inútil

Avatar do autor julmar, 21.07.24

A Utilidade do Inútil

Ao ler este livro ocorreu-me a alegoria de Pitágoras que ao ser questiona do sobre o que é a filosofia terá usado uma alegoria que compara a filosofia aos diferentes tipos de pessoas presentes em um estádio durante um evento. Pitágoras teria dito que a vida é como um grande festival atlético ou jogos olímpicos, onde há três tipos de pessoas:

  1. Competidores: Aqueles que participam das competições e buscam a glória e a vitória. Estes são comparáveis às pessoas que estão ativamente envolvidas nas lutas e nas atividades da vida em busca de sucesso e reconhecimento.
  2. Apostadores: Aqueles que vão aos jogos para fazer apostas e ganhar dinheiro. Estes representam as pessoas que estão na vida em busca de lucro e ganho material.
  3. Espectadores: Aqueles que assistem aos jogos apenas para observar e apreciar. Estes são comparáveis aos filósofos, que buscam entender a vida e os seus mistérios através da contemplação e do conhecimento, sem estar envolvidos diretamente nas lutas pelo poder ou pelo dinheiro.

Pitágoras se via como um espectador, alguém que observa a vida e busca compreendê-la através da reflexão e do pensamento filosófico. Ele acreditava que essa busca pela sabedoria e pelo entendimento era a forma mais elevada de viver, pois proporcionava uma visão mais profunda e significativa da existência.

 A pergunta que hoje quase todos  se fazem acerca de quase tudo é para que, isto ou aquilo, serve,  reduzindo, assim, tudo à instrumentalidade dos meios. O que é que os indivíduos procuram? Dinheiro e poder para conseguir mais dinheiro e mais poder. Porém, felizmente, nem tudo tem um preço. Kant fazia uma distincão fundamental entre pessoas e coisas: aquelas têm um valor intrínseco, têm dignidade e merecem respeito; as coisas têm um preço, são mercadoria. 

Isto a propósito do (in)útil. É inútil a filosofia, é inútil a ciência teórica, é inútil a arte, todas as as artes. E os homens práticos, os que fazem os negócios e mandam no mundo abominam as áreas humanísticas e tudo quanto não tenha interesse comercial, implementando o negócio e obstaculizando o ócio. 

Nada disto consta neste livro que é muito mais interessante do que este meu apêndice.