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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Menezes e Santana:

Avatar do autor julmar, 04.12.07

Em «Ideias sem abrigo» encontrei esta pérola

Antes quero mula que me leve que cavalo que me derrube!

A frase é conhecida e eu sou um velho oficial de cavalaria.

 As angústias de Menezes antes de arranjar um lugar para Santana no tal PPD/PSD que os Gatos Fedorentos glosam era a de escolher uma mula que dirigisse o grupo de deputados sem sobressaltos (que na cavalaria se chamam cangochas) e um cavalicoque esparvoado que se empinasse e o atirasse ao chão.

Meneses não arriscou. Escolheu um bucéfalo cheio de vícios para fazer o espectáculo de se encabritar. Sabia que o animal era como os dos rodeios: só escoiceava para espectáculo público e que, o que ele queria era estar na arena e jamais derrubar o cavaleiro. Em suma: Não fazia mal a ninguém.

O problema é que, ao escolher um velho pantomineiro, Menezes ficou como tratador do pantomineiro: Seu parceiro.

Em resumo: O espectáculo do PPD/PSD é a de um triste domesticador com um ronceiro cavalo de cortesias, cada um deles a julgar que é o verdadeiro artista quando todo o público se ri dos dois pobres diabos.

Recorrendo de novo à minha experiência de oficial de cavalaria: com cavalos bornais ( coirões em gíria) a solução é a dos ciganos na Feira de São Martinho da Golegâ: engraxar-lhe os cascos, dar-lhes pó de cantáridas para eles espevitarem, meter-lhe um pouco de carqueja entre o arreio e o lombo para eles se endireitarem, passeá-los a trote presos pela cabeçada (não se vá dar o caso de fazerem mais asneiras) e vendê-los o mais rapidamente possível.

O problema é que, vendida, ou trespassada a pileca, o cigano continua a ser cigano, sem crédito nem honra.

Como estamos no São Martinho pode ser que do Menezes ao Santana se salvem as castanhas e a água-pé.

Carlos Matos Gomes