O Jornalismo que temos - amoara da silva
julmar, 17.06.07
O Editorial do Público de 15-06-07 do jornal Público, assinado pelo seu director José Manuel Fernandes é uma boa amostra do mau jornalismo que temos. O homem empenhou o seu jornal numa verdadeira campanha contra a política do Governo o que até seria proveitoso ao país (dada a incompetência da oposição) se fosse o caso de o seu jornal assumir às claras uma opção política. Mas para isso era preciso ter aquilo que recusa aos outros: espinha e coragem.
E era preciso que tivesse dignidade e respeito. A dignidade e o respeito que as pessoas (não estou a falar de ministros, políticos, jornalistas ou directores de um Jornal ou de uma qualquer Direcção), todas as pessoas merecem. Se tem tão bons argumentos e evidências tão claras, qual a necessidade de utilizar expressões como “rotunda senhora” ou “a megalomania da senhora é proporcional ao seu volume”?
Desconhecendo as motivações do jornalista que se empenhou a fundo na questão da licenciatura do Primeiro Ministro, vê-se por este editorial que o director do Público perdeu o discernimento e diz o que não deve: somos um “país de bananas”, deixamos de ser Portugal para ser um “canto da Europa” e, por enquanto, vamos menos mal porque não temos um ditador mas um “candidato a autocrata” E enfim, pelos vistos a grande conquista dos trinta anos da democracia foi ter permitido que todo o português, sem excepção, possa dizer livremente “o que lhe vai na alma, ao gritar numa bancada, a propósito da mãe de um árbitro”.
Então, as mulheres deste canto da Europa não dizem nada?
O mais interessante disto tudo, é ver gente ilustrada(?) a bater palmas à paixão triste do sr Director do Público.