Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Beira raiana

Avatar do autor julmar, 22.08.06

Meu caro Afonso Leonardo

Falas-me das tuas férias à beira-mar e do mar de gente que à praia ocorre e de te como é difícil encontrares um lugar para estenderes a toalha; e de como na água não podes dar as braçadas largas de que gostas; e de como não encontras lugar para estacionares o teu carro; e de como tens de esperar para comprar um simples jornal; e de como te recusas a ir para uma fila à espera que vague uma mesa no restaurante; e de como à noite a confusão continua nas ruas apinhadas de gente. Chego a ter pena de ti que gostas da areia da praia, da água e do sol mas que nas circunstâncias descritas se tornam um pesadelo.

Aqui pelas aldeias raianas tudo é diferente. Aqui acorrem os emigrantes  no mês de Agosto e outros de Lisboa e outras zonas do país. A maior parte das pessoas é afável e procura ser prestável. Há uma grande diversidade de línguas e de gerações. Bebe-se vinho nas adêgas particulares acompanhado de presunto, chouriço e queijo; às vezes alguém se lembra de fazer uma pândega e come-se borrego ou simplesmente uma punheta de bacalhau. Quase todas as terras raianas têm as suas capeias. E não faltam festas onde para além da parte religiosa têm a parte profana feita de jogos populares, de bailes que entram pela madrugada fora, animados por acordeonistas ou por conjuntos com aquelas músicas de gosto pimba mas que conferem grande animação.

E assim se faz Portugal.

Um abraço do Luís