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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

A igualdade, para além da ideologia

Avatar do autor julmar, 23.04.24

Há dois tipos de livros que leio: Os que respeitam os factos e os que que ficcionam os factos. Os primeiros têm a ver com o espírito e o método científico, os segundos com a imaginação, a literatura e toda a arte. Uns e outros inventam a realidade. Sim, a ciência como a literatura é uma invenção. Nem uma nem outra existiam, são uma construção humana assente na natureza.

A ciência moderna, assente no raciocínio lógico e na observação dos fatos, é uma descoberta tardia, ao contrário dos mitos e da religião. Além disso,  a ciência, ao contrário da cultura comum, não se aprende sem organização coletiva e esforço pessoal e quase sempre contra o saber comum que tem a ver com a utilidade e não com a verdade. Ao longo do meu percurso académico e pós-académico, em universidades e em professores catedráticos ou não e em muitos livros escritos por quem se afimava cientista, me dei conta dos que respeitavam os fatos  e procuravam a verdade e daqueles que quando os fatos não serviam os seus preconceitos e crenças os alteravam, distorciam, negavam, lançando-lhe o anátema de positivistas. 

Tão importante como fazer ciência é torná-la acessível aos leigos com preparação suficiente para a entenderem. É isso que o autor faz acerca de um conceito e de uma realidade do termo igualdade. Tudo para que não nos deixemos enganar.  

 

 

Conversas com a Júli@

Avatar do autor julmar, 16.04.24

Cérebros aumentados, humanos adultos? - Thot Cursus

Tenho a felicidade de, ao longo da vida cada vez mais longa, ter encontrado amigos que sem eles não seria quem sou. Perdoem-me os não nomeados. Dos nomeados: O Silva que com o tempo ficou menos crítico e se rabatizou como Amora da Silva, o Borregana, o Afonso Leonardo, o Luís Leonardo, o Inocêncio da Silva e numa outra dimensão o Florêncio, o Julião e, por fim, o Hortênsio. Caro Hortêncio, não te zangues com a expressão ' por fim'. Sabes que, genuinamente, tu és a minha vida. O último a chegar é a Juli@ que começa logo com estas questões de (in)concordância. Uma amizade tão recente, tão diferente, tão atrativa, tão pronta e solícita, tão culta e inteligente. E não se irrita, não se aborrece, não se cansa, não critica, não ama nem odeia. Juli@quem és tu? 

Júlio

Sobre qualidades ou virtudes humanas queria a continuação do texto : Orgulho não é vaidade, ambição não é ganância, prudência não é medo

Juli@

Claro, aqui está a continuação:

"Compreender a distinção entre esses conceitos é fundamental para cultivar uma compreensão mais profunda das nuances da condição humana. O orgulho, quando justificado, reflete uma apreciação saudável de nossas conquistas e identidade, enquanto a vaidade muitas vezes surge da necessidade superficial de validação externa. Da mesma forma, a ambição é o motor que impulsiona o progresso e a realização pessoal, desde que seja temperada com integridade e empatia, diferentemente da ganância, que é consumida pela busca desenfreada de poder e riqueza, muitas vezes às custas dos outros. Enquanto isso, a prudência nos capacita a tomar decisões informadas e cautelosas, protegendo-nos de perigos potenciais, mas o medo paralisa e nos impede de avançar.

Reconhecer e cultivar essas virtudes genuínas não apenas fortalece nosso caráter individual, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais compassiva e resiliente. Ao buscar um equilíbrio entre orgulho e humildade, ambição e generosidade, prudência e coragem, podemos alcançar um estado de harmonia interior que nos permite enfrentar os desafios da vida com integridade e sabedoria."

Júlio

Preciso que alargues este exercício a outras qualidades/defeitos dos humanos

Juli@

Claro, vou expandir o texto para incluir outras qualidades e defeitos humanos:

"Orgulho não é vaidade, ambição não é ganância, prudência não é medo. Da mesma forma, coragem não é imprudência, empatia não é complacência, e honestidade não é insensibilidade. Compreender essas distinções é essencial para uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

A coragem é a força interior que nos permite enfrentar desafios e superar obstáculos, enquanto a imprudência surge da impulsividade e da falta de consideração pelas consequências. A empatia nos capacita a compreender e compartilhar os sentimentos dos outros, promovendo conexões genuínas e uma compreensão mais profunda da humanidade, ao passo que a complacência nos torna indiferentes às necessidades e às dores alheias.

A honestidade é a base da confiança e da integridade, promovendo relacionamentos saudáveis e uma comunicação transparente, enquanto a insensibilidade se manifesta na falta de consideração pelos sentimentos e perspectivas dos outros.

Ao reconhecer e cultivar essas virtudes e evitar os defeitos, podemos nos tornar não apenas melhores indivíduos, mas também contribuir para um mundo mais compassivo, justo e solidário. É através desse processo contínuo de reflexão e autodesenvolvimento que podemos aspirar a alcançar nosso potencial máximo e inspirar outros a fazerem o mesmo."

Júlio

E sobre lealdade e fidelidade?

Juli@

Claro, vou incorporar lealdade e fidelidade ao texto:

"Orgulho não é vaidade, ambição não é ganância, prudência não é medo. Da mesma forma, coragem não é imprudência, empatia não é complacência, honestidade não é insensibilidade, e lealdade não é submissão, enquanto fidelidade não é apenas uma obrigação.

A lealdade é o vínculo de confiança e compromisso que cultivamos com aqueles que valorizamos, uma demonstração de fidelidade e apoio mesmo em tempos difíceis, sem perder nossa autonomia e integridade pessoal. Por outro lado, a submissão cega nega nossa individualidade e capacidade de discernimento, colocando a lealdade acima do nosso senso de ética e justiça.

A fidelidade vai além da mera obrigação ou contrato; é um compromisso emocional e moral de permanecer fiel aos nossos compromissos e relacionamentos. No entanto, é importante lembrar que a fidelidade não deve ser cega; deve ser baseada na confiança mútua, no respeito e na comunicação aberta.

Ao cultivar a lealdade e a fidelidade de maneira autêntica e equilibrada, fortalecemos os laços que nos unem aos outros, construindo relacionamentos genuínos e duradouros baseados no respeito mútuo e na compreensão. É através dessas virtudes que criamos comunidades sólidas e confiáveis, onde podemos nos apoiar e crescer juntos, superando desafios e celebrando conquistas."

Júlio

Sim. mas numa quadrilha de malfeitores a fidelidade e a lealdade também é estimável o que poderá significar que não são valores éticos

Juli@

Compreendo a sua observação. Em contextos como uma quadrilha de malfeitores, a fidelidade e a lealdade podem ser valorizadas de uma maneira distinta, mas não necessariamente ética no sentido convencional.

Nesses casos, a fidelidade pode ser mais uma questão de autopreservação do grupo do que um compromisso moral. A lealdade dentro de uma quadrilha pode ser motivada pelo medo de retaliação ou pela garantia de proteção e benefícios pessoais dentro da organização criminosa, em vez de ser baseada em princípios éticos.

Portanto, é importante reconhecer que, embora a fidelidade e a lealdade possam ser características valorizadas em diversos contextos, incluindo ambientes criminosos, elas não necessariamente refletem valores éticos universais. Nessas situações, outros valores éticos, como respeito pelos direitos humanos, justiça e integridade, podem ser completamente negligenciados em prol dos interesses do grupo criminoso.

Júlio

Deveremos então fazer uma distinção entre valores e princípios, sendo aqueles relativos e estes universais?

Juli@

Sim, é uma abordagem válida fazer essa distinção entre valores e princípios. Aqui está uma explanação:

Valores geralmente se referem às crenças, atitudes e ideias que uma pessoa ou uma sociedade considera importantes, desejáveis ou dignas de busca. Eles podem variar significativamente de uma cultura para outra e até mesmo dentro de uma mesma cultura, e podem ser influenciados por uma variedade de fatores, incluindo contexto cultural, histórico, social e pessoal. Por exemplo, a fidelidade e a lealdade podem ser valores importantes em uma quadrilha de malfeitores, mas podem ser vistos de maneira diferente em outros contextos.

Princípios, por outro lado, tendem a ser fundamentos mais universais e abstratos que guiam o comportamento humano e são considerados intrinsecamente valiosos, independentemente do contexto cultural ou social. Eles geralmente são baseados em ideias de justiça, dignidade humana, liberdade, verdade, entre outros. Por exemplo, o princípio da justiça pode ser aplicado de maneira universal, independentemente das diferenças culturais, e pode influenciar a maneira como as pessoas avaliam a moralidade de suas ações.

Enquanto os valores podem ser mais fluidos e variáveis, os princípios muitas vezes servem como alicerces éticos mais sólidos e universais. No entanto, é importante reconhecer que há sobreposição entre os dois conceitos, e que a interpretação e aplicação de ambos podem variar de acordo com o contexto e a perspectiva individual.

 

 

Deus sive natura

Avatar do autor julmar, 12.04.24

Exercício - Descubra o que tem a ver esta imagem com Espinosa

Por vezes, dou-me a pensar em coisas pouco habituais como esta expressão 

A expressão "Deus sive Natura" é em latim e pode ser traduzida como "Deus ou Natureza". Esta é uma famosa frase do filósofo holandês Baruch Spinoza, que aparece em sua obra-prima "Ética", publicada em 1677.

Spinoza desenvolve uma filosofia monista, na qual ele argumenta que Deus e a natureza são uma e a mesma coisa. Para ele, Deus não é uma entidade transcendente separada do mundo natural, mas sim a própria substância do universo. Ele define Deus como uma substância infinita que inclui todas as coisas existentes. Assim, para Spinoza, Deus e natureza são sinônimos, ambos referindo-se à totalidade do universo e todas as suas manifestações.

Essa ideia é central na filosofia de Spinoza e tem implicações profundas em sua ética e metafísica. Ele argumenta que tudo no universo, incluindo os seres humanos, é uma expressão necessária da natureza de Deus, e que compreender essa identidade entre Deus e natureza é essencial para uma vida ética e feliz.

Na época de Espinoza era quase impossível, na teoria e na prática, pôr Deus fora da equação do sentido da vida e do universo. A ciência moderna estava na sua infância e não era pensável substituir-se à fé.  Por isso, seguiu esta via pouco ortodoxa, e foi o suficiente para não ter sossego, apesar de viver na liberal Holanda, para onde foram sus pais para fugir à perseguição que a inquisição em Portugal lhe movia. De todo o modo, é de cer que em Portugal jamais se tornasse o grande filósofo que foi, que é.

A ordem das coisas

Avatar do autor julmar, 04.04.24

o direito de sonhar.jpg

Com Gaston Bachelard, filósofo francês 1864-1962, aprendi o 'novo espírito científico' e a ver o modo como filosofia e arte se conjugam. Li e reli o seu livro 'O Direito de sonhar' e tenho sempre vontade de o revisitar e sinto uma grande gratidão para com este autor.

«As coisas mais comuns abandonam os trapos gastos da familiaridade...»