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Não sou muito propenso a dar conselhos nem é coisa que as pessoas peçam facilmente. No entanto, sempre procurei, ao longo dos anos, saber o que é uma vida boa (muitas vezes sacrificando a boa vida) junto dos maiores mestres. Talvez, o apelo de Sócrates "conhece-te a ti mesmo" tenha sido basilar e recorrente ao longo da vida. Ao fim e ao cabo, com todas as voltas e reviravoltas, muitos de nós gostariam de saber é o que é que realmente é importante na vida e como consegui-lo. Há também muitos que o sabem, ou crêem saber, e que têm a receita para o conseguir. Estes não precisam de ler este livro. Quanto aos demais, digo-lhes que é um livro que faz bem porque, no seguimento do apelo socrático, nos ajuda a ser mais sábios, já que a santidade lhes está interdita.
“Por mais frequentes que sejam os deslizes, é a devoção que importa .
(…) Tipicamente os mais acérrimos defensores de algo não são aqueles que já o possuem, mas sim aqueles que têm absoluta consciência da falta que lhes faz - e, que, portanto, são especialmente humildes e empenhados na tarefa de protegê-lo” pg 142
O livro termina com capítulo "Cultura", cujo final trata da Sabedoria composta de doze ingredientes sendo o último a "Calma"
“ os sábios têm consciência de que os problemas estão sempre ao virar da esquina-e passaram a temer e a sentir a sua aproximação. E é por isso que se empenharam seriamente num estado de calma. Um fim de dia tranquilo é uma conquista. Um dia sem ansiedade é algo a ser comemorado. Não tem medo de passar um tempo um pouco mais aborrecido. Tudo poderia ser, e, de certo um dia será, muito pior. E, por fim, como é evidente sabem que nunca será possível ser sábio a cada hora, em cada dia de suas vidas”
Vista deste modo, a sabedoria está muito mais ao alcance de cada um.