![Hitler e Estaline os Tiranos e a Segunda Guerra Mundial]()
Duas versões da mesma realidade. É muito mais o que os une do que aquilo que os separa. Partilhamos com eles a mesma natureza. Foram crianças como nós e, por mais análises psicológicas, psicanalíticas, sociais que se façam ninguém, nem os próprios pensariam vir a ser o que foram: monstros humanos. Um e outro de fé e convicção profundas ingredientes imprescindíveis da ação com vista à realização de uma utopia. De modo diferente, dois líderes carismáticos seguidos por enormes rebanhos movidos pela admiração e pelo medo.
Eles são os responsáveis por milhões de mortes e pelo sofimento feito de fome, frio, tortura, prisão, deportações, separações, violações incontáveis e inenarráveis. E, claro, tudo isso aconteceu porque as pessoas deixaram por ignorância, por medo, por interesse, por cobardia. Porque somos tudo isso. E porque aprendemos pouco com o passado, sujeitamo-nos a repetir os mesmos erros. Ao ler este livro bem vemos como eles se estão a repetir na Ucrânia, tudo tão parecido. Por acaso, Hitler não tinha um botão onde carregar para estoirar com tudo e estoirou apenas os próprios miolos. Não sei sobre as leituras dos políticos, mas este, para eles, devia constar das leituras obrigatórias.
«Semanas antes, em dezembro de 1944, Charles de Gaulle testemunhara semelhante exibição de técnica de liderança de Estaline. Num banquete no Kremlin, Estaline propôs um brinde ao comandante da força Aérea do Exército Vermelho, o Marechal Novikov. “Criou uma excelente força Aérea,“ disse. “Mas se não fizer bem o seu trabalho, então matamo-lo.“ Estaline voltou-se então para o general khrulev, chefe dos abastecimentos. “Ali está ele! A sua função é levar homens e materiais para a frente. É bom que dê o seu melhor, caso contrário, é enforcado. É o costume do nosso país!” Mais tarde, nessa noite, disse ao seu intérprete, Boris Podzerov: “Sabes demasiado. Faria melhor em mandar-te para a Sibéria” página 493
“Por quantas mortes de civis foi cada um destes tiranos responsável?
Estaline e a fome do início dos anos 30 com cinco milhões de mortes, quase 4 milhões apenas na Ucrânia. Acrescentemos 1,6 milhões que pereceram no gulag (este número é um dos mais difíceis de calcular), mais de 1 milhão que morreu em consequência da deportações forçadas, cerca de 1 milhão executado como “traidores“ ou “inimigos do povo“, e várias outras categorias de mortes noutros locais e chegamos a um total de mais de 9 milhões de pessoas mortas. Se incluirmos aqueles que foram libertados do Gulag mas que morreram depois de problemas de saúde causados pela sua prisão, então o número e leva-se ainda mais, para cima de 13 milhões.
Como se compara ao certo Hitler? Como é bem sabido cerca de 6 milhões de judeus pereceram no holocausto, a maioria deles de nacionalidade Bolatti placa ou Soviética. Quase 2 milhões de polacos não judeus também morreram em consequência da ocupação nazi - o número que nunca teve a divulgação que devia ter. Além disso, os nazis planearam matar dezenas de milhões de cidadãos soviéticos- a maioria deles não judeus - ao abrigo do plano de ocupação. Quantos verdadeiramente mataram é muito difícil de gerir mas mais de 7 milhões de não combatentes morreram em território soviético em consequência direta de violência infligida sobre eles pelas forças alemãs, e destes mais de 2 milhões eram judeus (Número que faz parte da estimativa de 6 milhões). A este número devem ser acrescentados pelo menos 200.000 sinti e Roma, e todos os outros civis de vários outros grupos perseguidos e mortos por todo império nazi em campos de concentração e noutros locais. Isto dá-nos um total de cerca de 14 milhões de não combatentes que pareceram sobre os nazis.” pgs539-540