Os livros que me (de)formaram - Philosophia ancilla theologiae
julmar, 30.11.20
Hoje, ao renovar a pintura da sala sala e consequente arrumação aos livros, dei com este pesado Manuale, todo escrito em latim macarrónico, por onde estudei Philosophia (corria o ano de 1968, com um Maio de Évora tão diferente do de Paris) estava muito longe de saber que um dia haveria de ser professor de Filosofia. Só eu sei quanto tive de andar para sair da Caverna! Como era possível a filosofia num mundo onde as perguntas importantes eram proibidas? Nunca mais se me apagaram da memória as mnemónicas das figuras e modos dos silogismos: BARBARA CELARENT, DARII, FERIO... , por aí fora. Puro encornanço, passar o tempo a decorar até saber de cor e salteado. Mas não lembro uma única aula ou questão filosófica entusiasmante. Importante mesmo é ter lutado para sair da caverna, saber que o mundo continua cheio delas e não se deixar aprisionar. Talvez, por isso, o meu trabalho de estágio para professor de filosofia tenha tido como pano de fundo a alegoria de Platão, a Caverna.