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De regresso ao velho escritório e o reencontro com memórias especiais: os livros, sobretudo, os livros. Não seria apenas exagero mas seria erro dizer que neles aprendi tudo o que sei. Não são livros decorativos. Todos, um a um corresponderam a um propósito. Cada um tem uma história. A maior parte deles foram lidos de fio a pavio,linha a linha, página a página que de pequeno aprendi que era assim que o meu pai lavrava a Canjeira, a maior tapada da aldeia. Foi aí que comecei a imagianar que, para além do Deus todo poderoso, havia um deus das pequenas coisas. Alguns lidos apenas uma vez, outros sublinhados, anotados, resumidos. Outros, poucos, lidos e relidos. E o livro que li mais vezes: O Discurso do Método, de Renè Descartes: ali está na edição de Livros de Bolso da Europa América com ar de usado, sempre a desafiar-me a uma nova leitura, pequenino e simples como uma história para crianças que elas querem sempre ouvir uma vez mais. Livros de filosofia, principalmente. Os manuais que fui acumulando ao longo dos anos, ofertas das editoras (caixotes e caixotes) seguirão brevemente para a minha escola do Freixieiro. Nunca gostei de manuais escolares. Além dos livros de filosofia, há a literatura: livros sobre literatura e literatura mesmo: romance e poesia. Os de Saramago, todos. E o romance da minha vida: As memórias de Adriano. Como todos os romances lido apenas uma vez. Talvez com medo que percam o encanto. A poesia a de Pessoa, a de Almada Negreiros, a do Torga, a do Camões e um gosto muito especial pela do António Gedeão. Depois há os livros de Psicolgia e Pedagogia por gosto e por dever do ofício. A sociologia, a antropologia, a economia, a política e a história também têm o seu espaço e o seu peso e a biologia e a astronomia também. Alguns livros mais esquisitos como S. Cipriano. Fazer coisas, como contrabalanço do pensar, levou a aquisição e leitura de outro tipo de livros, sendo o mais estranho(?) Como construir um minhocário. Certo é que o construí há cerca de vinte anos e os efeitos benéficos ainda hoje perduram no jardim: cada sachada, minhoca.
Se os livros ajudam em todos os setores, por que não haveriam de ser úteis na procura fundamental que todos os seres humanos emprendem? Falamos da felicidade. Foi, assim, que tardiamente, tive tempo para ler sobre o tema e adquiri uma quantidade de livros e me interessei pela PNL e pelo Coaching. E seminarista que fui também há lugar para os livros de religião, de religiões, sobre Deus e o Diabo, sobre os deuses, sobre a virgem e os santos, sobre o céu e o inferno, catecismos vários e sobre a ausência de Deus e vários livros de receitas culinárias e algumas outras.
O mais do que isto.
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças.
Nem consta que tivesse biblioteca
F. Pessoa