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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Ano de 2017, passo a passo

Avatar do autor julmar, 31.12.17

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Difícil não é fazer uma caminhada grande, de vez em quando. Difícil é fazer pequenas caminhadas todos os dias. É o que faço desde há dois  anos. 3705,98 km foi o total do ano que termina. Coragem é o que espero inventar em mim para o ano que aí vem.

 

Boas Festas de natal

Avatar do autor julmar, 20.12.17

Resultado da imagem por pinturas clássicas do natal

Para todos os que frequentam este espaço virtual: leitores, espreitadores, comentadores, profissionais, amadores, ocasionais, viciados, homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, velhos, vilarmaiorenses, de terras vizinhas e afastadas, residentes, ausentes, do continente ou das ilhas, da Améica do Sul e da América do Norte, da Europa de cá e de lá, das Áfricas, da Ásia Maior e Menor, quiçá da Oceania, quem sabe extraterrestres também, para incréus, ateus, ortodoxos, agnósticos, religiosos de credos vários ou nem por isso, a todos  desde que sejam homens de boa vontade,  os votos de um feliz natal.

Leituras de 2017

Avatar do autor julmar, 20.12.17

Do relatório, feito a cada ano que passa (porque uma parte de mim exige que preste contas à outra parte de mim) constam as leituras - essas conversas com gente ilustríssima e ilustradíssima. Excelentes leituras, das quais destacarei o Homo Deus o qual todos os que se interrogam sobre o amanhã do homem deveriam começar a ler hoje. E no género ficção uma leitura difícil e extraordinária, da autoria do meu amigo Aires Montenegro, Tristeza Solene.

Porque as leituras - que são modos de viajar acompanhados por gente muito ilustre - ocupam uma boa parte do meu tempo, aqui vai a lista dos livros:

Leituras
1 - Quinze cães - Alexis, André
2 - A Era do Caos - Rampini, Frederico

3- Quem governa o mundo - Chomsky,Noam
4- A avareza - Emiliano Fitipaldi

5 - Vigiar e Punir - Foucault, Michel
6 - O cérebro idiota - Burnett, Dean

7 - A ùltima Pergunta - Asimov, Isac
8 - A Cigarra Filosófica - A vida é um jogo?, Suits, Bernard

9 - A Cena do ódio - Negreiros, Almada

10 - Orca Terra, Mesquita, Rosa

11- Obrigado pelo atraso - Um Guia otimista para vencer na era da velocidade - Friedman, Thomas

12- Trás-os-Montes - Carvalho, J. Rentes

13 - Sapiens, Uma breve história da Humanidade - Harari, Iuval Noah
14 - Homo Deus, Breve História do amanhã - Harari, Iuval Noah

15 - Tristeza Solene - Montenegro, Aires
16 - A Estranha ordem das coisas - Damásio, António (leitura em curso)

Tristeza Solene, o livro do ano

Avatar do autor julmar, 11.12.17

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Conheci o autor acerca de trinta e seis anos, colegas que fomos, no oficio de professores de Filosofia, na Escola Secundária Raínha Santa, no Porto. Até poderíamos continuar a trabalhar juntos (Formação de professores) não fosse o meu impedimento burocrático da minha condição de professor não efectivo. Faz algum tempo descobri o Aires no Facebook, a maior rua do mundo e soube da sua condição de músico e de escritor. Assisti ao lançamento do seu livro na Casa da Cultura de Paredes. Acabei agora de ler o livro, e fico sem palavras para dizer o quanto fiquei maravilhado pela construção desta obra. Soube-me bem reencontrar um período que me é querido e dois autores - Giordano Bruno e Nicolau de Cusa - para os quais me despertou o saudoso professor Júlio Fraga. É preciso muita imaginação e talento para contar várias histórias numa história (o recurso ao itálico, ao negrito...). Enfim, um livro de leitura difícil e como tal há-de ter poucos leitores, mas bons. Sobre a escrita, nada como saborear este extrato do capítulo V:
 
Da profunda escuridão noturna irrompe Bruno iluminado, anda comigo, digo-lhe que não e ele insiste, que a alma da cidade é noite sem fim, que a noite é uma avenida por onde caminhamos espetros, que habitar a noite é devorá-la e cravá-la nas entranhas. Com uma vontade arrasada, fui atrás dele. Rompemos as trevas passo a passo. Uma lúgubre cerração entranhou-se-me no corpo e estremeci em arrepios quando a amálgama de gemidos sufocados me agrediu. Dois homens no chão eram espancados pelas matracas de um grupo mascarado. Bruno agarrou-me e não deixou acudir, o seu olhar faiscava o ódio retorcido das palavras, drogados bêbados mendigos prostitutas. Este mundo não é nosso! Quis desfazê-lo escarrardes-lhe a cara, mas senti-me sufocar e não fui capaz.
Como um sonâmbulo engoli As ruas da cidade, como um doido desmembrei-me e despejei os meus destroços nas lixeiras, deitei-me com os sem-abrigo, droguei-me com os drogados, emborrachei-me com os bêbados e com eles cambaleei e vomitei, pedinchei com os mendigos, fiz-me prostituta dos becos malditos e fui para a cama com todos os deserdados do amor Pág. 65

 

Chegada a Istambul, passo a passo

Avatar do autor julmar, 04.12.17

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Contar: Fazer contas, calcular, para construir um um conto sobre uma conta. Início de viagem: Vila Nova de Gaia,14 de janeiro de 2016. Sempre, quase sempre manhã cedo, muitas vezes antes do nascer do sol, com frio, geada, neve e sol. Todo o tempo é bom para andar. Chegada a Istambul, passados 688 dias, percorrida uma distância de 6728 Km, com uma média diária de 9,8 km diários, a uma velocidade média de 5km hora, totalizando 1345 horas. E porque toda a rota que subiu até Moscovo e desceu até Istambul foi feita passo a passo, quantos passos foram precisos? 

9 985 768 - nove milhões novecentos e oitenta e cinco setecentos e sessenta e oito. 

Tudo registado pelo meu inseparável companheiro - o iphone.

Esta é a conta, o conto virá depois.