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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

A Coruja de Minerva

Avatar do autor julmar, 31.08.17

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                       A Coruja de Minerva levanta vôo ao anoitecer - Hegel

Chegado a uma idade bem madura, espero que não esteja passado, dou comigo a fazer uma coisa que só pode fazer quem já tem muito caminho andado: desaprender. Eu que passei toda a vida a dizer e a praticar a experiência do aprender, dou- me conta que quem não desaprender ficará pelo conhecimento mas não chegará ao saber; eu que passei tanto tempo na procura da racionalidade correndo o risco de me tornar um logopata, dou-me agora conta de que quem não chegar à razoabilidade apenas terá encontrado um caminho sem saída. Podemos não chegar ao saber do sabor mas é possível chegar ao sabor do saber. Sem pretensões, se isto não é sabedoria, será, pelo menos a porta de entrada

Andar - Cálculos

Avatar do autor julmar, 11.08.17

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A viagem mais longa que um homem deve fazer é a que tem de percorrer até se encontrar. Foi esse o conselho imperativo de Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo".  É uma longa estrada que tem de ser feita cada dia. Cada um a fará (ou não) a seu jeito. A minha é feita passo a passo e para me não perder nas voltas, voltei aos primitivos cálculos: cada volta um cálculo (pequenina pedra). Depois mudei para um ramo com folhinhas. Tudo estratagemas para que não se perca o essencial. E aprender por experiência a origem do cálculo.

 

A sombra do viajante

Avatar do autor julmar, 03.08.17

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Todos os dias do ano faça chuva ou faça sol o caminhante faz a sua viagem. Moscovo ficou lá para norte e os olhos estão postos em Istambul. Passo a passo, é o segredo.

 

Migalhas filosóficas

Avatar do autor julmar, 02.08.17

Lendo o "Humano e o Divino" de Maria Zambrano, dei comigo a escrever assim:

O mundo é hoje demasiado barulhento, demasiado colorido, demasiado cheio de coisas, de coisas inúteis, atulhado de objectos, de pessoas: reino submerso de massas, de quantidades, de séries, de filas, de atropelos, engarrafamentos; um mundo demasiado cheio de lixo e de luxo. Por isso o espaço diminuiu. A estrada alargou para passarem carros e depois voltou a alargar para passarem mais carros. A quinta com o solar abandonado foi arrasada para construírem habitações, umas por cima das outras para poupar espaço para fazer um espaço comercial mais um health club no sítio onde os garotos jogavam à bola.

E quanto ao tempo ninguém o tem em quantidade suficiente. Ao contrário do espaço que se compra e se vende (e por isso uns têm muito, outros pouco e outros não têm nenhum e por isso têm de pedir por favor para estarem em qualquer sítio porque ainda se não descobriu uma forma de contornar a lei que afirma que os corpos ocupam espaço, embora no parlamento se ergam frequentemente vozes contra a pouca vergonha que é para a nação andarem por aí indivíduos sem nem eira beira por sítios de primeira a espantar o turista  e a dar uma imagem que não é a do país real. Verdade seja dita que até já têm sido construídos abrigos para eles) o tempo cada um tem o que tem - vinte e quatro horas por dia durante tantos dias quantos Deus quiser  ou a medicina comprar. As pessoas levantam-se com pressa, andam depressa, comem depressa, fornicam depressa, escutam à pressa; de manhã vestem os filhos à pressa, levam-nos à escola com pressa e à noite vão buscá-los com pressa , dão-lhe de comer à pressa, e deitam-nos depressa. Oxalá morram com pressa  depressa porque a velhice não corre.

O tempo. Vai e não volta. É irreversível. Só a memória o recupera. Ao contrário do espaço que nos é exterior e nos pode ser usurpado ninguém nos pode tirar o tempo que é nosso.

 

Obrigado pelo atraso

Avatar do autor julmar, 01.08.17

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Acompahei a evolução da tecnologia informática desde o meu primeiro computador um Spectrum (qualquer coisa, uma relíquia que guardo) até ao Iphone e, por isso, pude entender muito do que o autor nos transmite neste livro. Eu, que me admiro por tudo e por nada, fico maravilhado com a tecnologia. E um pouco assustado também, mas o pior é não querer ver o que se está a passar e meter a cabeça na areia. O autor, com todo o fundamento, traça-nos um quadro do mundo que nos espera e da urgênca de nos prepararmos para ele, pois, o grande problema é a nossa capacidade de adaptação a mudanças tão rápidas e tão profundas. 

A sua tese é a seguinte: para entender o século XXI, precisamos de entender que as três maiores forças do planeta - A Lei de Moore (tecnologia), o Mercado (globalização) e a Mãe Natureza (alterações climáticas e perda de biodiversidade) estão em aceleramento simultâneo.

Leituras breves

Avatar do autor julmar, 01.08.17

Wook.pt - Trás-Os-Montes, o Nordeste

Tal como os homens, também os livros não se medem aos palmos. Este livrinho de Rentes de Carvalho vale a pena ser lido por aqueles que como eu têm uma aldeia e um dia a deixaram. Lendo este livrinho somos transportados a um mundo perdido que  se agara a nós como um náufrago em busca de salvação. E eu vou-lhe lançando algumas bóias.