Inserto no livro Vigiar e Punir de Michel Foucault, aparece-nos esta extrato do livro de Jean-Bapriste de La Salle, Tratado sobre as Obrigações dos Irmãos das Escolas Cristãs:
Como é perigoso negligenciar as pequenas coisas. É um pensamento bem consolador para uma alma como a minha, ou indicada para as grandes ações, pensar que a fidelidade às pequenas coisas pode, por um progresso insensível levar-nos à mais iminente santidade: porque as pequenas coisas nos dispõem às grandes... pequenas coisas meu Deus, infelizmente dirá alguém, que podemos fazer de grande para Vós, criaturas fracas e mortais que somos. Pequenas coisas: se as grande se apresentassem, praticá-las-íamos? Não as crereríamos acima de nossas forças? Pequenas coisas: e se Deus as aceita e quer recebê-las como grandes? Pequenas coisas: acaso já as experimentámos? Acaso as julgamos pela experiência? Pequenas coisas: somos então culpados, se, vendo-as como tais as recusamos? Pequenas coisas: são elas entretanto que, com o tempo, formaram grandes Santos! Sim, pequenas coisas mas grandes móveis, grande sentimentos, grande fervor, grande ardor, e em consequência grandes méritos, grandes tesouros, grandes recompensas.