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Uma questão que atravessa a história da filosofia é uma questão de ordem prática:Como devemos conduzir a nossa vida? Ou dito de outa maneira: Como ter uma vida boa? Ou, ainda, de modo mais comum como alcançar a felicidade?
A Filosofia ocidental, na qual me instruí, de pendor dominantemente racionalista, responde que tal implica uma definição do que é o bem e uma conduta racional para o atingir, quer se trate do "conhece-te a ti mesmo socrático", da ascese platónica ao mundo as Ideias, ou do imperativo categórico kanteano.
Ora, os filósofos chineses ensinam-nos caminhos que não passam por aí.
A ideia de um mundo fragmentado e imperfeito, a importância dos rituais, a importância das pequenas coisas, a cultura como uma construção, a imprevisibilidade são entre outras, ideias que há muito alimento.
E eu fico feliz quando encontro ideias que se opõem às minhas, ou divergem apenas, e, será, certamente, um caminho aberto à leitura dos filósofos apresentados pelo autor.
Em jeito de conclusão, diz o autor
Neste mundo fraturado e fragmentado, compete-nos a nós criar ordem. Somos nós que construímos o e que lhe damos padrões, não vendo-nos livres das emoções humanas com que é difícil lidar, esta coisa confusa que nós somos, mas começando precisamente aí. E fazemos isto através da autocoltivação diária: esforçando-nos através dos nossos rituais para melhorarmos o modo como nos relacionamos com aqueles que no rodeiam; cultivando energias nos nossos corpos, para podermos viver com mais vitalidade; treinando os nossos corações e mentes para tomarmos decisões diárias de uma maneira poderosamente diferente; e resistindo à nossa tendência para nos esquivarmos à experiência, a fim de estarmos permanentemente recetivos a coisas novas.
O processo de construir um mundo melhor nunca termina, porque as nossas tentativas de criar relações melhores nunca têm fim. Mas tal como aprendemos a melhorar as nossas relações, aprendemos a alterar situações e, dessa forma, a criar um número infinito de novos mundos. Abrir-nos-emos às possibilidades existentes nas ideias filosóficas, que indicam o caminho para uma vida boa.
Se o mundo está fragmentado, então dá-nos todas as oportunidades de construirmos o mundo de uma maneira nova. A começar pelas mais pequenas coisas da nossa vida diária, em que podemos alterar tudo. Se começarmos por aí, então está tudo na nossa mão.