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Li há muitos anos «O Admirável Mundo Novo» de A. Huxley, então, publicado numa criteriosa coleção de Livros de Bolso da RTP. O livro que me marcou, tornou-se um clássico. A presente obra já me tinha aparecido em citações de obras lidas e ao deparar com ela na Fnac, comprei e li avidamente no fim de semana. Importante pelas questões filosóficas que levanta, pela defesa que faz de uma revisão do uso de drogas na sociedade e pela beleza da escrita. Sendo um livro de análise, as decrições que faz, nomeadamente do mundo visionário e de pinturas célebres, lê-se com o agrado de um romance.
A tese fundamental é a seguinte:
«Cada pessoa é, em cada momento, capaz de recordar tudo o que alguma vez lhe aconteceu e de apreender tudo o que está a acontecer em todos os lugares do universo. A função do sitemaa nervoso e dos órgãos dos sentidos é proteger-nos, evitando que sejamos submergidos e confundidos poe esta amálgama de informação em grande medida inútil e irrelevante, bloqueando parte daquilo que, de outro modo, nos veríamos obrigados a apreender ou recordar num dado momento, deixando apenas aquela parcela muito reduzida e especial que tem mais probabilidades de se revelar útil do ponto de vista prático» Segundo esta teoria, cada um de nós é, potencialmente, uma Mente sem Limites. Porém, na medida em que somos animais, cabe-nos a todo o custo, sobreviver. Para tornar possível a sobrevivência biológica, a Mente sem Limites tem de ser canalizada através da válvula redutora do cérebro e do sistema nervosa. O que sai no outro extremo do cano é o gotejar modesto do género de consciência que nos ajuda a manter-nos vivos na superfície deste planeta em particular.»
Ora, o que as drogas fazem, nomeadamente, a mescalina (LSD), é relaxar ou eliminar a válvula redutora.
E com esta metáfora do mundo da pichelaria subimos a explicações que nos levam à ciência infusa que a S. Tomás de Aquino, chegou depois, muito depois da escrita da Suma Teológica, o que, sem esse atraso, nunca o conheceríamos.
Não está mal para começo de ano!
Poderá aceder a esta obra em ebook
http://culturadigital.br/contraculturadigital/files/2012/02/Aldous_Huxley-As_portas_da_percepcao.pdf