O Relvas é um Génio - Afonso Leonardo
julmar, 04.02.13
Efetivamente o aparelho esteve agendado para a reunião do Conselho de Ministros da passada quinta feira. No entanto, não chegou a ser discutido porque alguém levantou o problema de inconstitucionalidade por dupla tributação visto que os portugueses na fatura da água já pagam uma taxa de resíduos sólidos, forma eufemística de chamar à merda, merda. Porém, segundo fontes seguras, a razão principal terá sido outra. Dado que a única forma eficiente de a todos taxar seria todas as sanitas à venda terem incorporado o cagómetro não haveria forma de os ministros se isentarem do imposto. Ora, tendo consciência o conselho de ministros consciência da quantidade de merda que o governo produz, terá decido contratar uma consultora que cientificamente conceba uma estratégia (que poderá ser um estratagema no caso de aquela se revelar impossível) que permita contornar o problema, isto é, isentar o governo da taxa de merda. Quis o conselho de ministros que deste assunto nada transpirasse para fora mas dada a natureza da coisa, ainda que as portas estivessem fachadas e as janelas calafetadas foi impossível que os jornalistas, sobretudo os mais especializados na matéria, não sentissem o forte odor, tendo-se ouvido o comentário de uma jornalista veterana para o jornalista estagiário que a acompanhava: - Vamos ter merda! Ao que consta a ideia terá germinado na cabeça do Dr Relvas após o malogro da privatização da RTP, na altura em que, na solidão da retrete se sentira tão aliviado de se desfazer da merda que tinha, que ficou logo com vontade de fazer mais merda para a seguir dela se desfazer. E entrando numa mistura de especulação metafísica sobre a natureza humana e as contas do Estado teve um insight e gritou qual Arquimedes da merda: Eureka, é o cagómetro! Era tarde para ir ao ministério, era tarde para telefonar a quem quer que fosse. Deitou-se e embalou-se na imaginação das consequências do seu invento. Veio o sono e num sonho cheio de mornas e policromáticas imagens de merda, viu-se no parlamento a discursar sobre a sua ingénita descoberta, surpreso por todas as bancadas o aplaudirem de pé. No dia seguinte, bem cedo, chegou ao palácio de S. Bento. (para continuar)