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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Paulo Macedo - Infração linguística

Avatar do autor julmar, 12.09.11

Não que se trate de andar a cata da falha do sr ministro  de cuja competência técnica já deu prova bastante e pela qual, justamente, se fez pagar mas porque agora é ministro espera-se que não sirva de mau exemplo no uso da língua de Camões e da sua ascendente - o latim. Compreende-se que preocupado com a forma de poupar dinheiro castigue as mulheres dificultando o acesso aos anticonceptivos e lhe fique difícil na televisão, respondendo aos jornalistas, aceder a etimologias linguísticas. Mas é assim, senhor ministro: Item é um termo latino e como tal não deve ser pronunciado como se de inglês se tratasse pronunciando-o como ai. Aitem soa muito mal. Olhe que o governo arrecadava muito dinheiro se botasse coimas a infracções linguísticas.

O DIREITO À PREGUIÇA - PAUL LAFARGUE

Avatar do autor julmar, 08.09.11

Para ler o texto completo:   http://www.culturabrasil.org/direitoapreguica.htm

 

INTRODUÇÃO

O Sr. Thiers, no seio da Comissão sobre a Instrução Primária de 1849, dizia: “Quero tornar a influência do clero todo-poderosa, porque conto com ele para propagar esta boa filosofia que ensina ao homem que ele veio a este mundo para sofrer e não aquela outra filosofia que, pelo contrário, diz ao homem: ‘Goza’.” O Sr. Thiers formulava a moral da classe burguesa cujo egoísmo feroz e inteligência estreita encarnou.

A burguesia, quando lutava contra a nobreza, apoiada pelo clero, arvorou o livre exame e o ateísmo; mas, triunfante, mudou de tom e de comportamento e hoje conta apoiar na religião a sua supremacia econômica e política. Nos séculos XV e XVI, tinha alegremente retomado a tradição pagã e glorificava a carne e as suas paixões, que eram reprovadas pelo cristianismo; atualmente, cumulada de bens e de prazeres, renega os ensinamentos dos seus pensadores, os Rabelais, os Diderot, e prega a abstinência aos assalariados. A moral capitalista, lamentável paródia da moral cristã, fulmina com o anátema o corpo trabalhador; toma como ideal reduzir o produtor ao mínimo mais restrito de necessidades, suprimir as suas alegrias e as suas paixões e consumí-lo ao papel de máquina entregando trabalho sem tréguas nem piedade.

Os socialistas revolucionários têm de recomeçar o combate que os filósofos e os panfletários da burguesia já travaram; têm de atacar a moral e as teorias sociais do capitalismo; têm de demolir, nas cabeças da classe chamada à ação, os preconceitos semeados pela classe reinante; têm de proclamar, no rosto dos hipócritas de todas as morais, que a terra deixará de ser o vale de lágrimas do trabalhador: que, na sociedade comunista do futuro que fundaremos “pacificamente se possível, senão violentamente”, as paixões dos homens terão rédea curta, porque “todas são boas pela sua natureza, apenas temos de evitar a sua má utilização e os seus excessos” (1), e só serão evitadas pelo seu mútuo contrabalançar, pelo desenvolvimento harmônico do organismo humano, porque, diz o Dr. Beddoe, “só quando uma raça atinge o seu ponto máximo de desenvolvimento físico é que ela atinge o seu mais elevado nível de energia e de vigor moral”. Era esta também a opinião do grande naturista Charles Darwin (2)

A refutação do direito ao trabalho, que reedito com algumas notas adicionais, foi publicado no semanário L’Egalité de 1880, segunda parte.

Prisão de Sainte-Pélagie, 1883.
P. L.

O Futuro e os seus inimigos

Avatar do autor julmar, 08.09.11

Há autores que vale a pena ler pelo que nos ensinam e oela forma como o fazem. O primeiro livro que li do autor foi a «Filosofia como uma das belas artes» que sublinhei e reli e me serviu de inspiração. E um bom livro deve inspirarmo-nos, ir mais além e dar-nos vontade de voltar a ele.

li de seguida «A sociedade invisível». E o presente livro ajuda-nos a compreender não apenas o presente mas o futuro, ou se quisermos a entender o presente pela forma como perspectivamos o futuro. Deveria ser uma leitura obrigatória para os políticos, pelo menos para os que para isso tenham literacia bastante. Um bom livro porque nos torna esperançados.

 

«Os humanos seriam outra coisa sem esa capacidade de ‘futurizar’, de se projectarem para o futuro e de o anteciparem em termos de imaginário, expectativa, projecto e determinação. Essa inquietação que nos faz desejar, esperar e temer é que nos permite relacionarmo-nos com o futuro nas suas diversas formas. Se não se educa, essa antecipação funciona destrutivamente: atrofia-se, transforma-nos em fanáticos, em temerosos sem motivos, em demasiado crédulos … A relação com o futuro terá de ser cultivada, conforme fazemos com as outras aptidões humanas. Se bem que não seja costume formulá-lo assim nem o acolha nesta forma nenhum currículo educativo, toda a educação, o trabalho das instituições, a nossa socialização em geral, têm, entre outros, o objectivo de configurara em cada um de nós uma relação correcta com o futuro, o que também pode ser dito da sociedade no seu todo. Há sociedades que se relacionam patologicamente com o seu futuro, ao passo que outras o tratam de uma forma racional e proveitosa» pg 157

Não seja macaco

Avatar do autor julmar, 02.09.11

A história é muito antiga, mas não menos curiosa. Algumas tribos africanas utilizam um engenhoso método para capturar macacos. Como estes são muito espertos e vivem saltando nos galhos mais altos das árvores, os nativos desenvolveram o seguinte sistema: pegam uma cumbuca de boca estreita e colocam dentro dela uma banana. Em seguida, amarram-na ao tronco de uma árvore freqüentada por macacos, afastam-se e esperam. Após isso, um macaco curioso desce, olha dentro da cumbuca e vê a banana. Enfia sua mão, apanha a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue retirar a banana. Surge um dilema: se largar a banana, sua mão sai e ele pode ir embora livremente,  caso contrário, continua preso na armadilha. Depois de um tempo, os nativos voltam e tranqüilamente capturam os macacos que teimosamente se recusam a largar as bananas. O final é meio trágico, pois os macacos são capturados para servirem de alimento. Você deve estar achando inacreditável o grau de estupidez dos macacos, não é? Afinal, basta largar a banana e ficar livre do destino de ir para a panela. Fácil demais... O problema deve estar na importância exagerada que o macaco atribui à banana. Ela já está ali, na sua mão...Parece ser uma insanidade largá-la.

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