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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

O Cunha, ao mais alto nível

Avatar do autor julmar, 12.06.06

Segundo o Público de hoje

«Um quarto dos condecorados [pelo Presidente da República] foram da comissão de Cavaco» A gratidão é um sentimento bonito. E o Clemente, analfabeto dipomado, dá-me lições quando me diz que uma mão lava a outra.

Quem disse que Cavaco não é uma pessoa séria? Quem se atreve a dizer que o Cunha não é uma pessoa séria?

Plano nacional de matemática

Avatar do autor julmar, 11.06.06

O dito plano vai pelo caminho errado: Vai-se arranjar mais professores, vai-se arranjar mais equipamentos, vai-se dar mais formação aos professores. Mais do mesmo só pode dar o mesmo em maior quantidade, isto é, com mais investimento vamos ter mais insucesso. Ainda não compreenderam que o problema não está em quem ensina, não está em quem aprende, não está no modo como se ensina. Está no clima.

Tentem diminuir os recursos físicos e humanos. Arranjem salas com quadros , dos tradicionais com giz ,de preferência branco, branco apenas. Os alunos que tenham apenas caderno e lápis. Se tiverem livro, que as ilustrações sejam só as suficientes, modestas e adequadas (pode servir de exemplo o Compêndio de Matemática do Calado). Se necessário acrescente-se um Caderno de Problemas (pode servir de exemplo o de Palma Fernandes).

Que o aluno seja obrigado a estar tempo suficente só para que possa experimentar a dificuldade, para que, se possível, a possa ultrapassar por si, sem recurso imediato ao colega ou ao professor. Tempo de treino. Só. Tempo suficiente. Com persistência, esforço e sofrimento.Com tempo, talvez chegue a gostar. Se teimarem em colocar o gosto como pressuposto, têm o insucesso garantido. Se tiverem dúvidas sobre isto perguntem a alunos e professores com gosto na matemática. 

Grande Cunha!

Avatar do autor julmar, 11.06.06

Foi o Clemente - um analfabeto diplomado que põe orgulho no facto - quem me disse, a propósito de umas obras que lhe encomendei, ostentando com isso toda a esperteza, que com ele é assim: uma mão lava a outra.  

Para mim o Clemente que não conhece uma letra do tamanho de um boi, já foi instruído pelo Cunha que, a troco de três mil euros já lhe prometeu arranjar-lhe a carta de condução.

Grande Cunha!

Ti Olinda

Avatar do autor julmar, 06.06.06

Um dia escreverei sobre ti que estás prestes a completar 100 anos e continuas os dias todos a levantar-te com o sol e a deitar-te com ele. Um dia quando já não for obrigado a dar cumprimento das pequenas coisas do dia à dia.

«O que seria de nós, os velhos, se não tivéssemos esse livro ilustrado que é a memória, toda essa riqueza de experiências vividas! Seria uma situação lamentável, seríamos uns miseráveis. deste modo, porém, somos imensamente ricos e não nos limitamos a arrastar uma carcaça cansada, de encontro ao fim e ao esquecimento; somos guardiães de um tesouro que viverá e resplandecerá enquanto nós propris respiramos»

Herman Hesse, O Elogio da Velhice 8p. 82)

O clima e o insucesso

Avatar do autor julmar, 04.06.06

Já satura ouvir falar do insucesso dos alunos, em geral, e do insucesso  na disciplina em matemática, em particular. Já houve não sei quantas comissões, grupos de trabalho, simpósios, jornadas, seminários, teses de mestrado, quiça de doutoramento. Não faltam diagnósticos e terapêuticas também não. Já uma vez escrevi que o insucesso real não é maior em matemática que em outras áreas. Acontece que em matemática pela natureza da disciplina o insucesso não é camuflável . Das múltiplas causas aduzidas para o insucesso raramente o é a questão cultural ou é-o de uma forma suplementar.

Ora, bastará estar atento a todos os pronunciamentos sobre o assunto para vermos o ponto essencial da questão. Ainda hoje num dos canais televisivos toda a tónica foi colocada no gostar. Aí bate o ponto. E este ponto é o princípio, implícito ou explícito, de que não pode haver aprendizagem se não houver gosto. Aplica-se à matemática o princípio que rege hoje a nossa sociedade: o prazer. Não devemos comer do que não gostamos, não devemos ter uma profissão de que não gostamos, não devemos estar com uma mulher de que não gostamos, não devemos ter os pais ou os sogros  em casa porque dão trabalho, não devemos ler um livro porque há coisas bem melhores. O mundo está todo organizado para nos tirar todas as chatices e para nos proporcionar todo o conforto. Ainda não se consegiu que se possa aprender matemática ( e outras matérias) como quem vai ao supermercado e aos shopings e se satisfazem outros desejos. Digo ainda. Começa a haver  missionários das novas tecnologias que  já tomaram assento  no Ministério da Educação  que dão pelo nome de Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola e prometem que com tais máquinas tudo vai mudar . As máquinas de calcular não melhoraram o cálculo dos alunos - atrevo-me a dizer que o pioraram. Com a ilusão das TIC há-de acontecer o mesmo. Por que felizmente o conhecimento ainda é um bem que cada um adquire com esforço e trabalho. Felizes dos que entenderem que este é o único caminho que nos conduz ao saber e ao sabor, isto é, ao bom gosto.

Em resumo, o dito insucesso é uma questão de clima. Como tal não o podemos mudar de um dia para o outro. Portanto, quem quiser boas culturas terá, provavelmente, de construir estufas e encontar outros meios que mitiguem as condições climáticas. As escolas ( e as famílias que entenderem isto) poderão construir-se como lugares especiais donde os factores estiolantes e deletérios estejam ausentes.

Asneira

Avatar do autor julmar, 03.06.06

A asneira é própria do asno. Às vezes, é tão desabrida e tão estúpida que me dá volta ao estômago e chega a provocar vómito.

Extractos de respostas à OT

«O princípio da individuação só pode ser quebrado se alguém nascer de um incesto, esse alguém é Édipo, foi ele, até agora o único a quebrar este primcípio»

«Em toda a obra só encontrámos uma única união entre estes dois deuses, a essa união dá-se o nome de uno primordial»

Por favor,segurem-me!

 

Conversas da beira praia

Avatar do autor julmar, 02.06.06

Não gosto de escutar conversa alheia mas as duas jovens senhoras da mesa ao lado falavam suficienemente entusiasmadas e alto para que eu seguisse a conversa. Uma delas queixava-se que a indisciplina tinha aumentado por caus dos miúdos terem agora aulas de 90 minutos.

-Bem sabes que ao fim de 15 minutos já deixaram de nos ouvir! Que vamos fazer nos restantes 75 minutos?

- Uma coisa posso dizer-te. Hoje entras na escola e está muito mais sossegada. Anteriormente parecia um recreio contínuo com alunos permanentemente por todo o lado.

- Sim, esqueces é que o recreio agora passou para demtro d sala de aula.

Chamei o empregado paguei o fino. Para escola chega o tempo de escola. Jé nem na esplanada da praia se está em sossego?

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