Diz a sabedoria popular: «Homem pequenino ou velhaco ou dançarino» e se o povo o diz, a sabedoria o sabe. Tenho reparado que, na verdade, o ditado se cumpre com frequência e, nalguns mais raros, em vez de disjuntivo o fenómeno é cumulativo. Montaigne diz-nos ter algum desgosto por a sua estatura sempr inferior so normal o que, dizia, se torna sempre num factor negativo no que respeita à autoridade. Aos pequenos devia ser resposta consoladora a que alguém deu quando questionado sobre qual devia ser a altura de um homem:«a suficiente para chegar com os pés ao chão».
O caso só se torna verdadeiramente grave quando um homem pequeno à custa de querer parecer maior se torna pequeno por dentro e então além de homem pequeno que é torna-se uma pessoa pequena. O fenómeno dá-se porque em vez de aceitar andar com os pés no chão começa a empoleirar-se em cima dos maiores que, por sua vez, julga, acrescentar-se por tal transporte.
Este género é do tipo que faz conhecimento em todo lado, que fareja, que tem um saber de ouvido extraordinário, que vai aos funerais e manda cartão de condolências, tem apontados em agenda todos os aniversários de chefes e pessoas importantes, que vai à missa e se coloca na 1ª fila, que diz sempre que sim senhor, que tem extenso registo de nomes no telemóvel, que se curva perante o chefe e se empertiga frente ao subordinado se algum tiver. Esre é o filho da puta mais oportunista e mais execrando que paira à superfície da terra. O remédio é a desparatização nem que para tal se tenha de abater o hospedeiro.