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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

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Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

Este governo é uma anedota

Avatar do autor julmar, 19.09.13

Gabinete de Nuno Crato lembra que o Inglês não era de oferta obrigatória no 2.º e 3.º ciclos do ensino básico

Este governo é uma anedota e o ministro Crato é uma piada sem graça. Na educação eles destroem tudo e não deixam nada. Cortam a torto e a direito, às cegas: Acabaram com as Novas Oportunidades, acabaram com o Plano Tecnológico da Educação (o Magalhães deixou de servir os alunos portugueses e passou a ser vendido por Paulo Portas a países da América Latina), acabaram com a avaliação de professores, acabaram com a formação de professores, acabaram com o ensino de adultos, acabaram com a obrigatoriedade de a escola ter oferta de Inglês no 1º ciclo, em nome da liberdade dos pais e da autonomia das escolas. Em nome da liberdade sufocam a escola pública que, sem meios, há-de produzir cada vez piores resultados, tão maus que hão-de fabricar o argumento que o Ensino Privado é melhor e, por isso, não faz sentido a escola pública. 

Dizia, frequentemente, José Sócrates quando era acusado de despesismo na educação, nomeadamente no parque da Escola Pública «se acham que a educação fica cara, experimentem a ignorância». Estranho, ou talvez não, é que foi esse exatamente que maior contestação sofreu por parte dos professores e dos seus sindicatos. A história há-de repor as coisas no seu devido lugar. Os bons resultados, avaliados por instituições internacionais, começam a regredir. Os maus ou péssimos resultados dos exames dos vários níveis de ensino deste ano são já o produto da política de Nuno Crato que com as condições criadas às escolas e aos professores só podem piorar.

Para um país pequeno e periférico como o nosso a prendizagem de línguas estrangeiras, com o o inglês à cabeça, é fundamental para a economia do país, é fundamental para os cidadãos que, em crise ou sem crise, sempre hão-de procurar trabalho junto de outras terras e outras gentes. Um governo que tem o desplante de mandar os seus cidadãos emigrarem deveria procurar, ao menos, dar-lhe ferramentas para poderem serem bem sucedidos.

Um governo para quem a qualificação é sinónimo de desemprego e reduz toda a política a uma questão de tesouraria significa um regresso ao tempo do Estado Novo que de uma maneira pouco ilustrada reduz a educação dos seus cidadãos ao saber ler, escrever e contar, mesmo que dispensando a componente ideológica (que hoje os meios são outros)da «escola como oficina de almas».

Uma parte do país anda entretido. Outra parte dorme. Quando acordar vai ter um enorme pesadelo.