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Badameco

Anotações, observações, reflexões sobre quase tudo o que me (co)move

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Quando (des)maio chegar

Avatar do autor julmar, 17.04.13

Maio é o mês das rosas. Para os crentes é o mês do rosário. Na minha aldeia, nos anos sessenta, era o mês da maia amarela, era o tempo em que a natureza se enchia de frutos verdes e tulhas, arcas e tonéis se esvaziavam. E faltando o pão era a fome. O chefe de família olhava para a cevada, mais temporã que o centeio, na esperança de produzir um pão ruim, mas pão que mata a fome. Ou, então, de gastar o que tem guardado para a sementeira. Ou de pedir uns alqueires, por empréstimo, ao lavrador rico.

 Um amigo meu que excessivo na faculdade de imaginar, passa o tempo a fazer conjeturas sobre o que foi e o que será, explica,  baseado nos efeitos que a fome e a fraqueza provocam nos seres humanos, desde perda de sentidos, desmaios, descoroçoamento, desânimo, apsiquia, lipotimia, delírio, e ele sublinha delírio, conjetura o meu amigo que foi a fraqueza e a fome que levou os três pastorinhos a ver a imagem de nossa Senhora pousar sobre a azinheira.

Diz o meu amigo que quando Maio se for, quando desmaiar, neste ano de 2013, Portugal precisará de um milagre maior. E diz convicto: aguardemos!