Memórias de um congresso de CFAE`s
julmar, 10.12.12
22 e 23 e2 Janeiro de 1998, Estoril
Abertura pela senhora Secretária de Estado, Ana Benavente.
Não admira que a gente de Lisboa pense diferente da gente que de lá não é. Basta que o provinciano venha à capital para agir e pensar de modo diferente do da sua terra.
Começa por se aprender uma linguagem diferente que daqui há-de partir para o resto do país. Aqui se fabricam os novos conceitos e daqui se exportam devidamente empacotados em embalagens diversas mas sempre acompanhados de recomendações de como se devem ou não usar, chamando a atenção para o seu mau uso e para os possíveis efeitos secundários. Em caso de sobredosagem deverá ter o seguinte procedimento: ...
E fazem-se citações, muitas citações dos defuntos e dos que ainda o hão-de ser não se sabe quando.
Depois há os louvaminhas, que praga e os que comedidamente abanam suas cabeças em sincero apoio ou por hábito adquiriram esta bonomia de a tudo dizerem que sim, que sim senhor. Como se de um coro silencioso se tratasse: Tibi laudamus, domine! Tibi laudamus domine!
Conceitos: Territórios, territorialização, territórios educativos e territórios educativos de intervenção prioritária; Cartas, redes, malhas.
Ter , ganhar, dar visibilidade ou não estivéssemos nós num mundo de espectáculo!
Parcerias( e não há parceiros menores), protocolos, contratos.
Depois, um senhor Amável Santos, gestor nacional do Prodep - Um homem cheio de sérias preocupações por causa dos choques ... do petróleo, do desenvolvimento científico, da mundialização, das novas tecnologias. Estamos todos no mesmo barco (esqueceu-se de dizer que neste barco - o planeta terra - tem camarotes de 1ª, de 2ª, de 3ª).
Depois o senhor Jorge Lemos com ar governamental começando com uma grande tolice: Não há muito mais a dizer e repetindo o que já alguem aqui disse e por aí fora vai buscar os lugares comuns, dizendo sabiamente: Os que estavam excluídos da escola, hoje já não estão.
E todos: Eu terminaria por aqui ou serei breve.
E de tarde
A via certa do iluminismo burocrata e tecnocrata... e terminava por aqui.
Dia 23
Eu, Eu, Eu, Eu, ... que seria o mudo sem mim? Tudo funciona bem .. as coisas funcionam de facto... contactámos a câmara ... e as calculadoras gráficas...e as parcerias e os protocolos …
Lógica vertical e lógica horizontal e as medidas de cima para baixo. Viva a horizontalidade.
Finalmente uma lufada de ar fresco e foi preciso um alentejano bom contador de histórias: O que aprendi de Einstein é que tudo é relativo. E disse muito claramente uma coisa simples que não é tão óbvia assim: O objectivo da formação de professores é melhorar a qualidade das aprendizagens nas escolas. Formar para quê? Para Quem? Como? O destino e as rotas. Valeu a pena este Zé de Évora.
Por último um arquétipo do pedantismo: como dizer o óbvio, apenas o óbvio e não mais que o óbvio!
Abertura pela senhora Secretária de Estado, Ana Benavente.
Não admira que a gente de Lisboa pense diferente da gente que de lá não é. Basta que o provinciano venha à capital para agir e pensar de modo diferente do da sua terra.
Começa por se aprender uma linguagem diferente que daqui há-de partir para o resto do país. Aqui se fabricam os novos conceitos e daqui se exportam devidamente empacotados em embalagens diversas mas sempre acompanhados de recomendações de como se devem ou não usar, chamando a atenção para o seu mau uso e para os possíveis efeitos secundários. Em caso de sobredosagem deverá ter o seguinte procedimento: ...
E fazem-se citações, muitas citações dos defuntos e dos que ainda o hão-de ser não se sabe quando.
Depois há os louvaminhas, que praga e os que comedidamente abanam suas cabeças em sincero apoio ou por hábito adquiriram esta bonomia de a tudo dizerem que sim, que sim senhor. Como se de um coro silencioso se tratasse: Tibi laudamus, domine! Tibi laudamus domine!
Conceitos: Territórios, territorialização, territórios educativos e territórios educativos de intervenção prioritária; Cartas, redes, malhas.
Ter , ganhar, dar visibilidade ou não estivéssemos nós num mundo de espectáculo!
Parcerias( e não há parceiros menores), protocolos, contratos.
Depois, um senhor Amável Santos, gestor nacional do Prodep - Um homem cheio de sérias preocupações por causa dos choques ... do petróleo, do desenvolvimento científico, da mundialização, das novas tecnologias. Estamos todos no mesmo barco (esqueceu-se de dizer que neste barco - o planeta terra - tem camarotes de 1ª, de 2ª, de 3ª).
Depois o senhor Jorge Lemos com ar governamental começando com uma grande tolice: Não há muito mais a dizer e repetindo o que já alguem aqui disse e por aí fora vai buscar os lugares comuns, dizendo sabiamente: Os que estavam excluídos da escola, hoje já não estão.
E todos: Eu terminaria por aqui ou serei breve.
E de tarde
A via certa do iluminismo burocrata e tecnocrata... e terminava por aqui.
Dia 23
Eu, Eu, Eu, Eu, ... que seria o mudo sem mim? Tudo funciona bem .. as coisas funcionam de facto... contactámos a câmara ... e as calculadoras gráficas...e as parcerias e os protocolos …
Lógica vertical e lógica horizontal e as medidas de cima para baixo. Viva a horizontalidade.
Finalmente uma lufada de ar fresco e foi preciso um alentejano bom contador de histórias: O que aprendi de Einstein é que tudo é relativo. E disse muito claramente uma coisa simples que não é tão óbvia assim: O objectivo da formação de professores é melhorar a qualidade das aprendizagens nas escolas. Formar para quê? Para Quem? Como? O destino e as rotas. Valeu a pena este Zé de Évora.
Por último um arquétipo do pedantismo: como dizer o óbvio, apenas o óbvio e não mais que o óbvio!