Miguel Relvas – O braço direito de Pedro Passos Coelho – Amora da Silva
julmar, 03.07.12
Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu
Tenho lutado comigo para manter afastado deste blog a espuma dos dias que hoje é quase toda feita de economês, feita na plataforma televisiva, por onde os ilustríssimos economistas passeiam a sua pseudo-ciência. Interrogo-me mesmo como é que ilustríssimos doutores, professores, alguns mesmo professores doutores, outros doutores com letras maiúsculas, repetem os mesmos lugares de sempre, e se a ciência económica é aquilo, garanto que a minha avó que não sabia ler nem escrever e construiu, do nada, uma próspera empresa de latoaria, havia de achar que esta gente tem muita lata. Apenas lata com a qual apenas faz um barulho tremendo. Um barulho ensurdecedor.
Este governo é um mau exemplo para os jovens que almejam uma valorização através do estudo. Pedro Passos Coelho, ocupado como andava com a militância nessa grande universidade que é a JSD de intensa atividade política, terá concluído a sua licenciatura com 37 anos, a tempo de ser Primeiro-ministro de Portugal.
Miguel Relvas é o mesmo, para pior, nas suas palavras ao jornal “I”
“Tendo iniciado a minha actividade política e profissional ainda muito jovem, numa altura em que a política mobilizava milhares de cidadãos na primeira década após o restabelecimento da democracia em Portugal, essa intensa participação cívica em que me empenhei tornou-se, à época, incompatível com as obrigações académicas, tal como sucedeu com muitos outros jovens dos mais diversos quadrantes partidários”.
Miguel Relvas consegue insultar, de uma vez só, milhões de portugueses, nomeadamente aqueles que tendo intensa atividade cívica não descuraram a sua formação académica.
Mas o que aprendeu, desde cedo, foi o Xico Espertismo, os movimentos ondulantes, o jeito redondo, as falinhas mansas com quem está em cima e a fala grossa com quem está debaixo, o aperto de mão estudado, as palmadinhas nas costas, os salamaleques, o zigzaguear, o disfarce, a intensidade das pressões, o cálculo dos limites.
Miguel Relvas deveria saber que o contrabando é uma atividade ilegal e terá de provar que o não fez. Se não houvesse muita gente importante no barco dele, seria um náufrago.
Assim, o náufrago há-de ser o povo português que o escolheu.